terça-feira, 28 de abril de 2015

Fugaz


FONTE DA IMAGEM: pararaphael.blogspot.com

Fugaz

Em cada vão momento
palavras escolhidas
materializam sentimentos

Em cada vão olhar
paixões distraídas
se encontram pra ficar

Em cada vão pensamento
essa poesia sofrida
eterniza esse breve momento.

28/04/2015

quinta-feira, 23 de abril de 2015

UM VIDENTE ENTRE INCRÉDULOS


    

Um vidente entre incrédulos

   "Acorda cara, que porcaria é essa cara? Tá todo mundo ligado na parada e só tu nessa viagem, presta atenção cara!"
"Qual é cumpadi?! Quando foi que eu dei furo? Diz aê! Tô só repassando o esquema. Dirige aê e me deixa quieto".
Eram cinco no mesmo carro furtado dois dias antes. Quanta loucura! Na hora de sair do carro o motorista se enganchou no cinto e por muito pouco não levou uma bala na cabeça. O mesmo que deu a bronca em Marcos há pouco, coçava o dedo pra atirar. Em qualquer oportunidade ele fazia questão de puxar o gatilho, mas até agora não havia cometido nenhuma besteira maior, no entanto Marcos sabia que cedo ou tarde Júlio cometeria algum assassinato e isso o deixava cada vez mais nervoso quanto ao futuro.
Como tudo começou? Onde uma turma de adolescentes que gostava de beber e namorar se tornou uma quadrilha de assaltantes? As lembranças de Marcos misturavam-se com o conturbado momento presente. Cinco jovens, entre 15 a 17 anos, em seu quarto ato criminoso. O primeiro foi um "sucesso", porém só Marcos e Júlio concretizaram o delírio irresponsável.
Os dois vinham de uma festa de aniversário. Eram duas da manhã e os amigos de infância, já muito além do limite da embriaguez, resolveram roubar um carro. Escolheram um Celta preto estacionado próximo a uma escola do bairro. O roubo foi mais fácil do que pensavam. O carro, além de não ter alarme, estava com o tanque cheio. Júlio, que já antes de Marcos, andava seduzido pela criminalidade, não teve dificuldades de fazer a ligação direta. Com esse carro, encontraram Tiago, Felipe e Jonas. Estava formada a quadrilha dos meninos da Rua 12.
Em troca do carro conseguiram as armas, com as armas veio o segundo crime. A farmácia central era movimentada e oferecia ótima rota de fuga. Nesta ação os meninos da rua 12 lucraram muito e com isso vieram todos os deleites que o mundo oferecia e que só dinheiro poderia comprar: prostituição, drogas, bebidas, roupas, luxo...ostentação.
A vizinhança começou a desconfiar e a bandidagem passou a integrar os meninos em seus círculos. Logo os garotos começavam a trocar a infância por uma falsa maturidade. Neste cenário só Marcos não aparentava curtir o momento em sua totalidade. Sempre havia uma incômoda capacidade de reflexão que o deixava nervoso e com raiva de si mesmo. "Por que não curto como os outros? Por que não consigo esquecer o que fiz e encaro tudo numa boa como Júlio faz? Por que há sempre uma voz em minha cabeça tirando minha paz?". Sua mãe sempre dizia que essa voz era o Espirito Santo a orientá-lo e que, por mais que Marcos quisesse, jamais se livraria daquilo. Ela sempre repetia: "João 6:37, ...aquele que o Pai me der, esse virá a mim; e o que vem a mim, de maneira alguma o excluirei.", e finalizava dizendo que a vida de Marcos fora comprada a preço de sangue e que mesmo no mais profundo poço, Deus não permitiria que um filho seu se perdesse tão facilmente.
Toda aquela conversa parecia estar tatuada em sua memória. Ele lembrava que dos 12 aos 15 anos sua vida era a igreja e que uma amizade muito forte havia sido rompida. Sentia-se vazio e sabia que só havia uma coisa que podia preenchê-lo de verdade. Esse algo não estava nos frutos atraentes que o mundo oferecia, mas dentro dele, em algum lugar que só uma oração silenciosa poderia revelar e era isso que não o deixava em paz. Júlio, sempre observador, já notara o olhar distante do amigo e isso também o incomodava muito.
O terceiro crime fora o mais tenso até agora. Ao roubar a farmácia, apesar do alto faturamento, os meninos viram que não era viável assaltar a pé. O risco de ser pego era muito grande, então decidiram roubar outro carro que fosse pequeno e veloz. Em um sinal movimentado escolheram sua vítima. Era um carro prata, aparentemente novo. Júlio se antecipou, sacou a arma e bateu o cano no vidro do carro, como não teve resposta atirou para o alto. Isso assustou as pessoas que passavam e chamou a atenção de todos ao redor. Eram nove da noite e ainda havia trânsito intenso no local. O motorista trêmulo e assustado abriu a porta do carro, mas enganchou-se no cinto. Isso irritou profundamente Júlio que encostou o cano do revólver na cabeça do motorista. Pela primeira vez, após muito tempo, Marcos permitiu sair de seus lábios uma breve, silenciosa, mas verdadeira oração: "Senhor, não permita" Nesse instante Júlio recolheu a arma. O homem do carro, que ouvira o sussurro de Marcos, olhou para ele e disse: "Nove, um, sete". Sem tempo para pensar Marcos empurrou o motorista e entrou no carro com os comparsas em meio a sensações de medo, terror e trevas.
Guardaram o carro em um sítio pouco visitado da família de Felipe. Comemoraram o feito com muito bebida e drogas. Nesta noite Marcos estava bem. Ria e lembrava detalhes mínimos da ação. Júlio estava feliz com Marcos. Essa era a atitude que ele queria do colega. Nada de reflexões. A ordem era curtir o que a vida lhes oferecia. "Vou ver o que tem pra gente lá dentro." Marcos levantou-se e inspecionava o carro em todos os compartimentos. Ao achar um relógio no porta-luvas saiu do carro e acenou para os amigos avisando que teria direito à posse do achado. Ao entrar novamente, visualizou um pequeno livro no banco de trás. No escuro não percebeu, mas ao acender a luz interna pode ver que era uma Bíblia. Folheou algumas páginas sem muito interesse e a jogou de volta no banco de traz. Era tarde e os cinco amigos, cansados, caíram adormecidos sem se importar nem perceber a gravidade de seus atos.
Quando o celular tocou já eram nove da manhã. Marcos sentia uma forte dor de cabeça, resultado das cervejas e drogas da noite passada. Felipe, e os outros faziam um lanche na cozinha e Júlio conversava atentamente pelo telefone: "Pode crer irmão, os meninos da Rua 12 vão tá lá e mostrar serviço, deixa com a gente. Falô mano!" Ao desligar o celular, Júlio deu um grito e chamou todos para o terraço. Havia novidades importantes: "Seguinte, recebi uma ligação do Cachorrão e ele falou que a gente tá chamando muita atenção e que é melhor se juntar cum a galera dele, assim nós vamo ganhar respeito e muito mar dinheiro. O homi tem um serviço e quer que a gente participe. Qual é a de vocês? Tamo junto?" Todos vibraram com a notícia, inclusive Marcos, que acreditava ter se livrado da tal voz na sua cabeça, embora ainda sentisse algum incômodo no peito.
Estavam agora os cinco garotos, a quadrilha dos meninos da Rua 12, no carro furtado na noite passada. Júlio dirigia, ao seu lado estava Felipe e no banco de trás estavam Marcos, Tiago e Jonas e é exatamente neste momento que a aparente distração de Marcos incomoda a Júlio.
   "Acorda cara, que porcaria é essa cara? Tá todo mundo ligado na parada e só tu nessa viagem, presta atenção cara!"
"Qual é cumpadi?! Quando foi que eu dei furo? Diz aê! Tô só repassando o esquema. Dirige aê e me deixa quieto".
 No seu recolhimento Marcos sentia o coração apertado como se soubesse que algo muito ruim estaria por acontecer. "Relaxa mano, a gente vai tá curtindo muito hoje a noite" dizia Jonas ao colega pensativo percebendo que algo não estava bem. Marcos relaxou e em menos de 30 minutos chegaram ao local marcado.
Uma velha fábrica abandonada abriu seus portões para os meninos da Rua 12. Lá dentro estavam Cachorrão e sua quadrilha. Eram oito dos bandidos mais perigosos da cidade. A maioria já havia sido presa e para eles já não havia nenhuma ansiedade, temor ou receio. Aquela seria apenas mais uma "parada", mais um "lance" a ser feito. Se desse certo ou não, para eles sempre era hora de viver, morrer, ou matar.
O alvo era uma transportadora de valores. Cachorrão sabia que a empresa receberia uma carga valiosa de relógios de luxo. Se desse tudo certo, após a venda do material, cada um lucraria o bastante para sumir por um bom tempo vivendo como um rei.
Cachorrão detalhou as ações de cada um, mas a participação dos meninos exigia mais "coragem", e só os garotos da Rua 12 poderiam fazer o serviço bem feito. Pela primeira vez a percepção incômoda de Marcos se mostrou claramente vantajosa e injusta, pois ao mesmo tempo em que percebeu que Cachorrão os usaria como escudo, também notou que só ele enxergava isso. Marcos achou prudente silenciar e só depois avisaria aos colegas.
Saíram todos em três carros. Duas caminhonetes levavam a quadrilha de cachorrão, os meninos seguiam na frente do grupo, já antecipando sua função de escudo. "Aê galera, alguém ai tá ciente que a gente tá entrando num fria? O cara vai botar a gente de escudo, ninguém notou?" "Qualé Marcos, vai começar a impregnar. Sussega aê mano. Se a gente fizer o serviço na responsa o cara vai meter a gente notras fita melhor ainda. Se liga mano, num vai furar hein?!" Júlio cortou imediatamente qualquer tipo de consideração contrária ao que decidira o líder Cachorrão e assim, Marcos sentia-se cada vez mais como um estranho no ninho. Parecia o único a ver a luz real, sem sombras. Era um vidente no meio de cegos.
"Todo mundo no chão. Se colaborar ninguém vai morrer. Júlio, leva teu grupo pro portão principal. Fica lá até a gente rapar o cofre. Vai mano, num temo temp..." PA, PA, PA, "Polícia! Mão na cabeça malandro, senão leva chumbo!!!", "Sujou, sujou..." PA, PA, PA, RATATATATATATATA, "Corre mano corr... RATATATATATATA", "Júlio, Júlio, acorda mano", "Deixa ele cara, já era num tá ven... olha os polícia mano, mete bala!!!" PA, PA, PA, PA, RATATATATATATA, PA, PA, PA, "Os home tão matando tudo, mataram o Jonas... corre mano corre" PA, PA, RATATA, "Ai meu Deus levei um  ti...o  no  pe..i...to...", "Felipe, Felipe...meu deus me ajuda, num me deixa morrer...".
Só uma luz brilhou naquele momento. Havia uma pequena porta entreaberta no fundo do salão pela qual se esgueirava um fino raio de luz. Marcos arrastou-se em meio aos corpos caídos de todos aqueles que, há pouco, jamais poderiam supor ou imaginar a fragilidade de suas vidas.
Quando abriu a porta, um esquadrão de policiais descansava da batalha, alguns feridos e dois mortos. Um oficial olhou para aquele garoto, sujo de sangue, chorando e pedindo pra não morrer. O homem se dirigiu ao garoto e repetiu mais uma vez sua enigmática mensagem: "Nove, um, sete. Leia, depois devolva minha bíblia, meu carro e meu relógio." Marcos levou seu olhar para salmos, capítulo 91, versículo 7 e leu com os olhos lavados de lágrimas:
                                           
                      "Mil poderão cair ao seu lado; dez mil, à sua direita, mas nada o atingirá."




sexta-feira, 17 de abril de 2015

DURKHEIM E FUNÇÃO DA ESCOLA

Quais as reformas necessárias para que a educação na sociedade atual assuma com eficácia sua missão?

     Apresento este pequeno texto assumindo uma postura acrítica da função da escola considerando-a como mecanismo de adequação social e perpetuação dos valores vigentes na sociedade do Capital.
   Para Durkeim a escola é uma instituição necessária para perpetuar os valores construídos socialmente no intuito de garantir a coesão e solidariedade social. Na percepção de Durkheim, "a socialização é um processo de aprendizagem e a consciência coletiva seria formada durante esse momento."
    Se levarmos em conta que a missão da escola é de fato corroborar com os valores vigentes na sociedade e,  através do processo de aprendizagem, perpetuá-los gerando indivíduos adaptados e capazes de manter a coesão social, então a escola tem assumido sua missão com sucesso! Em que pontos a escola tem cumprido sua missão?

1. A escola, em suas atuações na esfera pública e privada tem exercido papéis distintos, mas que em sua gênese colaboram para a manutenção do status quo. Para os que podem pagar pela escola privada de qualidade há a quase garantia de ingresso nos cursos de elite das universidades públicas ou nas privadas (Financiadadas com recursos públicos) o que perpetua uma classe homogênea no poder e que possuem em si a assimilação dos valores burgueses. Para os oriundos da escola pública, para aqueles que as condições desumanas de sobrevivência não conseguirem excluir durante o processo escolar, há a chance de ingresso em cursos de menor prestígio e remuneração (Ciências humanas em particular as licenciaturas). As raras excessões servem tão somente para apoiar a ideologia das capacidades individuais que superam todas as circunstâncias adversas "se o Lula conseguiu você também consegue..."

2. A educação é conteudista e prioriza o sucesso cognitivo em detrimento do pensar reflexivo. O desmonte do movimento estudantil universitário e a visão cartesiano-positivista nos saberes produzidos excluem qualquer possibilidade de reflexão sobre as causas das desigualdades sociais, o que mantem a falsa percepção de que esses desajustes são culpa dos próprios desajustados.
   Há ainda muitos outros pontos sobre os quais podemos nos apoiar ao afirmar o sucesso da escola como instituição mantenedora da ordem social. Se há reformas que amplifiquem a eficácia da escola será a nível cognitivo. A revolução digital em curso apresenta-se como importante elemento modificador da escola porém em termos de tratamento do conhecimento. O mundo virtual e seus novos paradigmas de territorialidade e presencialidade tendem a unir pensamentos distanciando corpos. A multiplicação do conhecimento gera ao mesmo tempo a banalização dos fatos já que não permite a reflexão destes devido a velocidade e propagação de novas mensagens e informações.
   A escola já está fazendo o que precisa fazer para melhorar em sua função (Segundo Durkeim). A pública continua a excluir e diplomar analfabetos funcionais (com raras e felizes exceções- graças a Deus) ao oferecer conhecimento a conta-gotas  e a privada continua perpetuando a divisão de classes desde as primeiras idades. Se melhorar talvez estrague...


21/01/2013
Jorge Luiz

EDUCAÇÃO E SOCIEDADE DO CONHECIMENTO


Como a escola poderá atender as exigências impostas pela sociedade do conhecimento?
FONTE DA IMAGEM: www.edilsonsilva.com

   A escola tem respondido aos anseios da sociedade no sentido de direcionar a formação cidadã ao preenchimento dos postos de trabalho que impulsionam as forças produtivas. No capitalismo industrial o Estado assumiu a educação e construiu similaridades que convergiam em uma formação instrucional voltada a tornar o mais próximo possível o ambiente da fábrica ao da escola. Horários rígidos, campainhas e conhecimento fragmentado materializavam essas intenções.
    A sociedade do conhecimento mudou o foco de valor baseado na produção industrial para a informação. As telecomunicações e o fluxo de capitais aliados à constante produção e divulgação de informações suscitam um cidadão capaz de continuar aprendendo sempre, flexível, criativo e dinâmico e a escola surge novamente como instituição criadora deste cidadão. A escola deve portanto atingir esse objetivo construindo novas realidades em seu cotidiano que vão desde a mudança da relação professor-aluno até o desmonte de toda estrutura compartimentada com que apresenta os conteúdos. A escola hoje deve preocupar-se em criar habilidades e competências necessárias a inserção e permanência do indivíduo perante o cenário atual: Criação, divulgação e obsolência de saberes em velocidades nunca vistas antes.
   As imcubências exigidas pela sociedade do conhecimento à escola têm sido concretizadas em todos os níveis de ensino, contudo, em todos os casos há pontos posítivos e negativos. No nível médio já é possível identificar o ensino e abordagem interdisciplinar na prática educativa. Os livros, tanto no fundamental 1 e 2, já apresentam o conceito de interdisciplinaridade. Porém, enquanto não houver a mudança na forma pela qual os conteúdos são tratados, ou seja, a compartimentação do saber, será difícil criar habilidades como pensamento em rede e consciência planetária.

Ref: BOFF, Leonardo. A Carta da Terra e a consciência planetária. Um olhar “de dentro”. In: OLIVEIRA, P.A.R.; SOUZA, J.C.A. (Orgs.) Consciência Planetária e Religião – Desafios para o século XXI. São Paulo: Paulinas. 2009.
MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. 3. ed. Porto Alegre: Sulina, 2007.


27/01/2015
Jorge Luiz

ESCOLA E EXCLUSÃO SOCIAL


Quais as responsabilidades da escola e da educação no combate à exclusão social?

   A escola mais uma vez é chamada a equalizar as forças em ação e em conflito no complexo cenário da sociedade do conhecimento. Se antes essa função tinha como claro paradigma a inclusão do trabalhador no mundo da fábrica, hoje tal orientação resume-se a aspectos pouco concretos e que mesmo identificados estão em constante ameaça de mudanças devido à sua condicionalidade à tecnologia e sua veloz evolução. O trabalho, motor gerador de riquezas e valor, virtualizou-se, tornou-se mais abstrato e cognitivo dando adeus e desvalorizando as obsoletas funções humano-industriais nas modernas e robotizadas indústrias da atualidade.
   A escola recebe na atualidade a dupla função de preparar os indivíduos dotados de autonomia para sobreviver na sociedade do conhecimento e ao mesmo tempo desmontar sua antiga estrutura forjada nos moldes da sociedade industrial. Para atingir sua missão e garantir o acesso de todos às "benesses" desta nova sociedade de mercado é necessário contemplar os seguintes pontos:

* Descer de seu pedestal de detentora do saber enciclopédico e procurar conhecer e introduzir toda a multiculturalidade existente nas comunidades que a frequentam;

*  Preparar a formação docente para desconstruir o conceito de aluno ideal garantindo o acesso às diversas formas de comunicação dos diversos grupos sociais;

*  Exigir e proporcionar, quanto possível for, o acesso às tecnologias de comunicação digital;

*   Aproximar o que se aprende na escola do que se aprende na vida e no trabalho;

*   Exercitar a autonomia;

* Estabelecer vínculos constantes com instituições culturais  como museus e bibliotecas.

   Cabe ainda acrescentar que uma mudança mais profunda deve acontecer na escola se esta tem de fato a missão de evitar a exclusão social. Esta mudança deve ocorrer em nível intra estrutural, ou seja, é necessário mudar inteiramente a forma de atuação da escola o que implicará em desmontes que vão desde a frequência dos alunos ao modo como a escola é dirigida. Tais mudanças, porém só podem ocorrer se a sociedade, principalmente setores mais conservadores e os marginalizados, estiverem cientes e partícipes nessas modificações. Também é necessário ter em vista a garantia do acesso aos setores produtivos da sociedade após a formação escolar e profissional e nesse ponto o Estado é responsável direto.

27/01/2013
Jorge Luiz

ÉTICA, CIDADANIA E EDUCAÇÃO


Que preocupações deverão ter os professores para a abordagem da ética na sala de aula?
FONTE DA IMAGEM: moblog.whmsoft.net

   A abordagem dos conceitos éticos é uma prerrogativa dos PCN's e deve ser colocada em ação a partir um projeto político que contemple teoria e prática no sentido de criar nos alunos comportamentos éticos vividos no cotidiano escolar. Acima de tudo esse projeto posto em prática deve ser materializado unindo o que se "diz ao que se faz".
   Para se atingir esses objetivos os PCN's indicam como viés de realização a prática da transversalidade na abordagem dos conteúdos. Discussões e reflexões sobre orientação sexual, meio ambiente, saúde, estudos econômicos e outros podem ser ótimos temas geradores de questões éticas. Estas são ações que se concretizam em sala de aula e que devem coadunar-se com um projeto político mais amplo.
  É necessário ainda citar a importância do conflito existente entre o anseio de criar uma reflexão ética na escola e o fato da  sociedade orientar-se por normas de comportamento coercitivos e controladores em vez de orientar-se por comportamentos éticos, sendo portanto difícil, não impossível, a transformação ética da sociedade quando esta se orienta por normas morais que barram qualquer desvio de comportamento temendo a disfunção do corpo social. A ética pressupõe autonomia e nem a escola, nem a sociedade estão abertas para admitir essas mudanças.

Ref: Parâmetros curriculares nacionais. Brasil, 1997.

28/01/2013
Jorge Luiz  

PERRENOUD E AS NOVAS COMPETÊNCIAS DOCENTES

REFLEXÕES SOBRE AS OITO COMPETÊNCIAS A SEREM ADQUIRIDAS PELO PROFESSOR
FONTE DA IMAGEM: www.grupoa.com.br

       Philippe Perrenoud faz parte de um grupo de eminentes teóricos que compõem a vanguarda de educação na sociedade do conhecimento. Ao lado outros pensadores como Edgar Morin, Cesar Coll bem como o resgate do filósofo Foulcaut e outros, configuram o que há de mais moderno nas teorias educacionais que embasam os documentos oficiais de algumas nações inclusive o Brasil. A obra de Perrenoud busca, no âmbito da docência, ditar as habilidades e competências necessárias aos educadores que irão concretizar a formação para a sociedade do conhecimento.
     Um olhar atento sobre as oito competências listadas pelo teórico nos revela que trata-se de uma qualificação comportamental, ética e profissional que visa garantir que quem ensina deve ter coerência com sua práxis enquanto sujeito e como professor. Estar ciente de seus limites e necessidades deixa evidente a noção de renúncia do papel de detentor do conhecimento para assumir uma postura de colaboração com o discente priorizando o processo comunicativo em vez da postura transmissora de saberes. As capacidades de trabalho em equipe e gerenciamento de conflitos também corroboram para o principio de coletividade e consciência planetária, aspectos tão valorizados na nova sociabilidade pretendida.
    As competências de Perrenoud ajudam a entender os objetivos que a nova educação deve perseguir. São comportamentos, posturas que nem de longe nos fazem lembrar a formação conteudista que se valorizava na sociedade de capitalismo industrial. Um novo cidadão é exigido pelo conjunto de demandas criadas pelo avanço tecnológico e pelo desmonte dos paradigmas Tayloristas-fordistas da superada fase de produção industrial do sistema. O novo cidadão deve ter maturidade para gerenciar conflitos, absorver conhecimentos e continuar sempre aprendendo e para tal missão urge a formação de um docente sintonizado com esse ideais.


Ref: Perrenoud, P. Dez novas competências para ensinar. Artmed, 2000.  

28/01/2013
Jorge Luiz.

ESCOLA E NOVAS COMPETÊNCIAS


Quais os desafios que se deparam à educação para atender à necessidade de desenvolver novas competências?

   Os desafios da educação na atualidade são complexos e múltiplos; acrescento ainda àqueles, o termo desequilibradores.
    Esses novos desafios tem sua origem no reordenamento mundial gerado por três fatores de importância e influência global: Passagem da força industrial de produção para as novas tecnologias de ponta diminuindo os custos de produção pela dispensa de muitos trabalhadores, permanecendo os tecno-trabalhadores; Multiplicação do conhecimento disponível através dos meios virtuais bem como aumento vertiginoso das tecnologias de comunicação, particularmente a internet; globalização e consequente eliminação das barreiras comercias e culturais. Essas modificações de ordem global configuram o perfil do novo trabalhador: Técnico; comunicativo em nível local e global; capaz de aprender continuamente; no mínimo bilingue; dotado de consciencia planetária e ecológica; gerenciador eficaz de conflitos; capaz de exercer liderança; próativo e colaborativo.
  O desafio da educação é formar cidadãos capazes de sobreviver face a um cenário em constante mudança e atentos em perceber as oportunidades geradas na sociedade do conhecimento. Este desafio torna imperativo à escola uma reestruturação de suas bases metodológicas renunciando seu caráter fechado e enciclopédico e assumindo uma postura de instituição aberta às demandas culturais e sociais de seu entorno. Será no melhoramento de sua capacidade de comunicação e abertura que a escola exercerá a dificil função de formar o cidadão capaz de sobreviver na sociedade da informação e tecnologia.

30/01/2013
Jorge Luiz

Mcluhan e a previsão confirmada sobre a educação contemporânea



"Haverá um dia - talvez este já seja realidade - em que as crianças aprenderão muito mais - e muito mais rapidamente, em contato com o mundo exterior do que no recinto escolar". McLuhan (1964)
FONTE DA IMAGEM: www5.usp.br
    A citação de McLuhan, da forma como apresenta-se, assemelha-se a uma profecia. Tal profecia encontra sua realização na contemporaneidade. O ato de aprender e ensinar deixou de ser exclusividade da escola e passou a materializar-se nas residências, nas ruas, na palma das mãos... Com a advento das telecomunicações e a revolução tecnológica, o conhecimento teve expandida radicalmente sua disponibilidade. Os gráficos, layouts e toda espécie de incremento digital que acompanha as informações, tornam o ato de aprender bem mais atrativo que a velha fórmula escolar: Professor - discurso - ouvir - memorizar.
   A atual complexidade suscita da escola novos posicionamentos que tendem a desmontar toda antiga estrutura na qual se baseou no último século. Sua missão envolve pontos que vão desde a necessária abertura às culturas globais até a reestruturação do modo de se trabalhar os conteúdos. Priorizar os processos de comunicação, em nível virtual, global e local, e estabelecer relacionamentos abertos com outras instituições capazes de gerar conhecimentos, como museus e bibliotecas, são alguns dos novos posicionamentos que a escola deve tomar para manter sua justificativa de existência e de local primário onde se dá o processo de ensinar e aprender. Apesar da grande disponibilidade de informações e de ser possível aprender muito e muito rápido usando a tecnologia, a força institucional da escola enquanto provedora de aprendizagem não acabou, só precisa ser melhorada e adaptada aos novos tempos.

Ref: Mcluhan, Marshal. Editora Cultrix, 1974 

31/01/2013
Jorge Luiz  

quinta-feira, 16 de abril de 2015

PPP

Quais os elementos essenciais à elaboração de um projeto pedagógico que contribua para a qualidade da educação?
FONTE DA IMAGEM: www.slideshare.net

   A construção de um Projeto Político Pedagógico capaz de gerar transformações positivas na realidade escolar não pode prescindir de três fatores básicos: Participação dos atores envolvidos, clareza de objetivos e conhecimento da realidade sócio cultural da comunidade escolar.
    Ao conclamar todos os sujeitos envolvidos, direta ou indiretamente, nas ações educativas em curso no cotidiano escolar, haverá a garantia de construção de um projeto em que se inserem múltiplas percepções, diferentes pontos de vista e diferentes olhares sobre que tipo de educação se quer construir na escola. A participação dos vários atores na construção do PPP também garantirá que responsabilidades sejam delegadas e que o sucesso ou fracasso do projeto escolar dependerá do grau de comprometimento entre o que foi dito e registrado e o que se faz na prática cotidiana.
   Os objetivos claramente definidos também darão ao PPP a clareza necessária do ponto onde se quer chegar facilitando o reconhecimento das estratégias necessárias para se atingir as metas propostas no projeto. Esta é inclusive uma das qualidades necessárias a qualquer plano de ação estratégico. Saber aonde se quer chegar é o primeiro passo para propor um plano de ação eficaz.
     Conhecer a realidade do entorno escolar, o nível sócio cultural dos alunos, aspectos econômicos do município, o que pensam professores e funcionários da escola traduz-se em ações de primeira importância para se ter um projeto fundamentado em um conhecimento sólido de todos que estão envolvidos no cotidiano escolar. Construir uma proposta sem conhecimento desses sujeitos resultará em planos de ação com poucas chances de sucesso já que haverá desconhecimento das capacidades e habilidades individuais que juntas determinam a concretização das metas e objetivos descritos no PPP.
    O PPP é a expressão de um conceito democrático de gestão escolar amparado em base legal e sobre o qual nenhuma escola pode dar-se ao luxo de desprezar. O que se vê na prática é a pouca importância que se dá a este documento onde, na maioria das vezes, encontra-se engavetado e o que é pior, deixando de lado sua condição de flexibilidade enquanto documento construído sobre a realidade e portanto em permanente construção.


11/02/2013
Jorge Luiz

ESCOLA E DEMOCRACIA


De que modo poderá a escola conduzir o aluno à construção de competências favoráveis ao exercício da cidadania responsável, baseada nos princípios democráticos?

   A globalização, no rol das modificações que ocasionou, tem criados novos conceitos de cidadania ampliando a noção de valores éticos e democráticos. O exercício da democracia passou de um conceito limitado para uma ação cotidiana e conhecida das grandes nações através dos Estados democráticos e a livre escolha através do voto. Esta mesma democracia passou a enxergar e lutar contra outras formas de exclusão. Se antes lutava-se pelo direito de participação das mulheres e afrodescendentes, hoje luta-se pelo direito de participação de múltiplos grupos sociais: pessoas com necessidades especiais, moradores de áreas de risco entre tantos outros. A cidadania está diretamente ligada à participação democrática.
    Neste cenário a escola aparece como um dos locais onde é possível educar para a cidadania, tendo em vista, que o fortalecimento democrático das várias instituições a serviço do Estado é essencial para o exercício da cidadania dividindo, portanto, a responsabilidade social da escola nesta missão. Educar para a cidadania pressupõe a existência de uma sociedade democrática, sem a qual não há sentido falar-se em educação para a cidadania.
   Desta forma, no que diz respeito à educação, a construção das competências necessárias ao exercício da cidadania baseada em princípios democráticos passa necessariamente pela conscientização de direitos e deveres bem como o aprendizado sistemático e programado de ações e situações que propiciem e simulem a vida em sociedade. Para se criar essas competências é necessário que em seu projeto educativo a escola possa contemplar as seguintes estratégias:

* Transdisciplinaridade: Os temas transversais: ética, consciência ambiental, inclusão entre outros devem ser integrados a todas as disciplinas de forma a revelarem-se como conteúdos importantes e que gerem reflexão e ligação do que se aprende em sala com o que se vive fora da escola.

* Multidisciplinaridade: Além dos conteúdos já sedimentados como integrantes do currículo comum a todos os níveis de ensino, faz-se necessário incluir, no mesmo teor de importância, os novos conteúdos necessários a criação de uma consciência cidadã, quais sejam: tolerância, convivência pacífica, direito de expressão entre outros.

* Complementação curricular: A sala de aula deve ser expandida. Outros espaços devem ser criados no intuito de aumentar as experiências de exercício da cidadania. Salas de debate, auditórios, quadras de esportes, espaços de expressão artística devem compor os múltiplos espaços onde se criem experiências de diferentes formas de expressão.

11/02/2013
Jorge Luiz.

VIDA MARIA


  VIDA MARIA: ANÁLISE CRÍTICA DA OBRA
   O filme “Vida Maria” é um curta metragem que traz uma reflexão muito triste sobre diversos aspectos observados na realidade particular do sertão em especial o papel da mulher e sua relação com o ato de estudar.
   Em um primeiro momento a relação da mãe de Maria com sua filha pode parecer meio tirânica ou má, porém no decorrer do filme é possível notar que a atitude da mãe é na verdade fruto da perpetuação do desvalor que se dá, tanto à mulher quanto à educação. O ato de ler e escrever, naquela realidade, não tem relevância, não modifica aquela realidade e, portanto não possui serventia. Os personagens são presos àquela realidade e toda vida das muitas “Marias” se passa naquele lugar.
   O papel da mulher também é evidentemente expresso no filme. A função da mulher resume-se a tão somente procriar e cuidar da casa. Os homens parecem sair de casa, mas não é claro se chegam a frequentar a escola. As mulheres, porém revelam seu papel social enquanto simples procriadoras e administradoras do lar. O filme também é muito bem produzido no que diz respeito à forma em que mostra toda vida de Maria até o momento final, quando mostra que muitas “Marias” usaram aquele mesmo caderno, todas parando mais ou menos no mesmo estágio de escrita.
   O filme traz com acerto a questão da pouca utilidade do saber quando a realidade em que se vive não é em nada afetada por este saber. Se frequentasse a escola Maria poderia perceber melhor o círculo vicioso do qual participava e o qual perpetuava, mesmo que inconscientemente. A questão é que garantir somente educação não é o bastante. As condições objetivas tem de ser modificadas e para isso é que existe o Estado. Contudo, no cenário particular do filme, ou seja, a seca, sabe-se que por séculos esta realidade não tem tido por parte do poder público a atenção necessária para por fim ao flagelo da fome e pobreza reinantes no sertão. A condição da mulher, particularizada no filme, bem como o desvalor dado à educação são apenas alguns dos muitos aspectos desumanizantes que assolam a população do sertão.

PLANO DE AULA

 PLANO DE AULA LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

Análise de produção cinematográfica – Curta metragem – Ilha das flores

1º passo:  PRÁTICA SOCIAL INICIAL:

  • Os alunos serão inicialmente confrontados com as problemáticas sociais existentes nas grandes cidades: Violência, drogas, sub-moradias, desemprego. Essa abordagem inicial será feita através de um vídeo curto disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=lZ5DSt-k2A4 que eles acessarão aos pares.

  • Após esse primeiro momento os alunos terão acesso a um arquivo de texto previamente salvo contendo perguntas sobre as imagens e informações passadas no primeiro texto. As perguntas estão propostas logo abaixo.
  • Após essa breve reflexão os alunos compartilharão suas respostas com a turma e iniciaremos um breve momento coletivo sobre os problemas sociais buscando direcionar os diálogos para a descoberta da origem dessas diferenças e desajustes em nossa sociedade.

2º passo:  PROBLEMATIZAÇÃO:


  • Após a exibição do documentário (13 min.) haverá um segundo arquivo de texto a ser consultado propondo as mesmas questões do questionário anterior no sentido de comparar a compreensão dos alunos perante a problemática social antes e depois do documentário.
  • As questões serão novamente lidas em grupo e confrontadas com as demais opiniões dos alunos e os questionamentos do professor.

3º passo/4º passo: INSTRUMENTALIZAÇÃO/CATARSE:

  • Após este momento de debate e exposição dos alunos cada um materializará sua compreensão individual da aula através de um texto descritivo/dissertativo onde farão um breve resumo da aula e exporão suas conclusões.
  • Os textos serão publicados no Blog da turma e cada aluno escolherá um texto (Que não seja o seu) para comentar em um segundo momento que pode ser outra aula ou o segundo tempo.

5° passo:  PRÁTICA SOCIAL FINAL:

  • A prática social final será feita através da publicação dos textos em um mural da escola e no blog da turma. Poderá também haver a proposta de exibição do documentário na escola onde a divulgação deverá ser feita através das redes sociais e nos mecanismos de comunicação da escola, tudo sob supervisão e avaliação do professor.

PLANO DE AULA - CÁLICE - CHICO BUARQUE

ROTEIRO COMENTADO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE AULA
PLANO DE AULA TV E VÍDEO

Escola: FACULDADE INTEGRADA DA GRANDE FORTALEZA
Professora: Jorge Luiz Pereira Pontes
Série:______             Turma: ______             Turno: Tarde            Data: 25/12/2012

ÁREAS DO CONHECIMENTO:
Português – Linguagens e Códigos

CONTEÚDO/ASSUNTO:
Leitura e interpretação textual

OBJETIVOS:
  • Propiciar o desenvolvimento da leitura fluente através das seguintes habilidades:
- Identificação de informações explicitas e implícitas.
            - Distinção de fato e opinião
                        - Identificar marcas de registro formal e informal no texto
  • Propiciar composição de um resumo crítico do texto lido.

PROCEDIMENTOS (Introdução, desenvolvimento, fechamento)

Introdução:

  • A introdução da aula será feita através de acolhida propondo reflexão do seguinte pensamento:
“Quem deseja tornar-se puro, deve estar sempre pronto para o sacrifício.”
                                                                                                    Gandhi
            - Possibilidades de reflexão: -O que significa tornar-se puro?
                                                       -O que é sacrifício?
                                                       -Qual a relação entre ser puro e sacrificar-se?
                                                       -É possível ser puro sem sacrifício? Por quê?
Desenvolvimento:
  • Após a problematização alguns indicadores serão mostrados no quadro que irão orientar o desenvolvimento do trabalho:
- O que há por trás do discurso?
- É possível passar uma mensagem implícita em um texto, como?
- O que é necessário fazer para captar todos os significados de uma mensagem?
  • Os alunos terão contato com um vídeo curto mostrando a situação da expressão artística no Brasil em tempos de ditadura.
  • Após o vídeo inicial os alunos terão contato com o vídeo disponível no seguinte link: http://letras.mus.br/chico-buarque/45121/, onde poderão ouvir a letra e vídeo da música: Cálice de Chico Buarque.
  • Após esse momento os alunos serão confrontados com os seguintes questionamentos:
- O que vocês acharam da música?
- Ela parece uma música religiosa?
- A que evento religioso a música parece se referir?
- O que poderia haver de comum entre a letra da música e a situação da expressão artística no Brasil em tempos de ditadura?
- Como o autor usou a música para expressar sua crítica ao sistema político vigente?
- Você conseguiu notar isso no início ou construiu essa compreensão ao longo da reflexão?
Fechamento

  • Faremos o fechamento em dois momentos:
                     1º Estabeleceremos a conclusão com a compreensão clara das intenções do autor no uso de referências intertextuais no sentido de mistificar a verdadeira mensagem proposta.
                    2º Relacionaremos o tipo de código usado pelo artista fazendo uma análise do momento histórico e como esses eventos afetam as expressões artísticas de sua época.
ATIVIDADES:

  • A atividade proposta será feita sob a construção de um texto (resumo crítico) feito individualmente contendo no mínimo dois parágrafos: O primeiro contendo um resumo da aula, descrevendo desde a acolhida até o fechamento. O segundo constará de uma reflexão a respeito da música estudada.

AVALIAÇÃO:
  • A avaliação será feita de forma processual, verificando o grau de participação na aula, e através da leitura expositiva dos resumos. A avaliação será continuada em momento reservado para leitura e análise ortográfica e gramatical dos textos.


RECURSOS:
Tv ou retroprojetor, DVD ou datashow, caixa de som ou kit multimídia, cópias da letra disponível aos alunos.

REFERENCIAS:


   Vídeo e música disponível em: http://letras.mus.br/chico-buarque/45121/Último acesso em 25/12/2012

PLANO DE AULA - LITERATURA DO 9º AO MÉDIO


  PROPOSTA DE TRABALHO PARA ENSINO FUNDAMENTAL II OU MÉDIO ATRAVÉS DAS MÍDIAS DIGITAIS E TIC'S
   











   O presente texto busca apresentar uma proposta de trabalho para estudo das obras machadianas usando para isso a tecnologia de comunicação digital através da internet. O trabalho é uma pesquisa de comparação entre os dois momentos da obra de Machado de Assis nos períodos romântico e realista. As obras estudadas seriam Helena (Período romântico) e Memória póstumas de Brás Cubas (Período realista). Buscar-se-ia proporcionar aos alunos a compreensão dos elementos que diferem os dois estilos literários, reconhecer parte da obra do escritor, proporcionar o acesso à leitura clássica, incentivar produção literária nos meios digitais e estabelecer a comunicação via internet bem como divulgar os trabalhos na WEB proporcionando sua visibilidade.
    A proposta seria concretizada seguindo os seguintes passos:

1º Formação de equipes (2 a 3 alunos. 2 ou 3 equipes para estudo de Helena e 2 ou 3 equipes para leitura do Memórias. As produções finais seriam individuais. As leituras poderiam ser feitas através do site:http://pedagogiasimples.blogspot.com.br).

2º Definição de uma data para acesso a uma sala de bate-papo para compartilhamento dos resumos e comentários das obras.

3º Divulgação no blog da turma de questões previamente definidas pelo professor objetivando o conhecimento específico dos estilos literários.

4º Avaliação e feedbacks online pelo professor.

5º Socialição da experiência com gravação de vídeo e publicação no blog da turma.  

Jorge Luiz

EAD

EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA - UMA BOA IDEIA
  
FONTE DA IMAGEM:portal.ead.ifrn.edu.br

   Ela veio para ficar e aqueles que ousam experimentar as inovações tecnológicas e que, para isso, estão despidos de preconceitos usufruem de suas facilidades e vantagens, contudo a metodologia EAD vem encontrando sucessos e obstáculos na atualidade.
  O sucesso de sua aplicabilidade deriva do fato de convivermos com abundância de recursos tecnológicos com relativa facilidades de acesso. Também contribui neste cenário a velocidade em que se produz conhecimento e sua consequente divulgação através de inúmeros meios de comunicação. A necessidade também é fator preponderante já que cada vez mais torna-se difícil o deslocamento e permanência em salas de aula nas universidades, principalmente para aqueles que já trabalham e possuem obrigações familiares.
   É necessário porém observar as desvantagens deste tipo de modalidade educacional. Ao considerar essas desvantagens será possível enxergar com mais clareza os possíveis entraves encontrados pelo caminho.
   Em primeiro lugar é possível perceber e até considerar comum o temor perante tudo que é novo, sendo portanto natural verificar um certo apego aos velhos paradigmas de referência em educação. É comum rejeitarmos o que é novo e considera-lo ineficiente face às velhas fórmulas de ensino sacralizadas pelo tradicionalismo. Vencer isso em si mesmo, e o que é mais difícil, nos outros, é a meu ver um grande desafio aos que optam pela profissionalização via EAD.
  Há ainda que se considerar as novidades que vem junto com esse tipo diferente de ensinar e de aprender. Professor e aluno vêem na EAD seus papéis sendo reconfigurados. Professores devem tornar-se mais parceiros e orientadores do que MESTRES. Alunos passam a perceber que é de sua quase total responsabilidade a apreensão do conhecimento; passam a perceber que só através de disciplina e planejamento poderão concluir com louvor e aproveitamento um curso em EAD.
   Cabe ainda salientar a necessidade de ambos assimilarem as capacidades e habilidades no uso produtivo e eficaz das TIC's no processo de construção de seu conhecimento e trabalho.

   Concluo afirmando a crença no sucesso deste tipo de modalidade de ensino, pois creio ser indispensável usufruir de todos os recursos e vantagens que a EAD pode oferecer. Quanto às desvantagens, acredito que, com exceção do que concerne à instituição (estrutura, recursos tecnológicos, acompanhamento...) cabe ao estudante buscar vencê-las através de planejamento e organização.

Jorge Luiz
18/11/2012

segunda-feira, 13 de abril de 2015

POEMA PARA TRABALHAR O SOM NASALISADO DO "N"


O PENTE E O DENTE

Para um pente
há vários dentes
para a gente
32 somente

Um pente apenas
deslisa na gente
já um dente
só mastiga o que sente

Quisera eu ser
um pente que
de tão contente
viveria sorridente.

03/12/2014

POEMA PARA TRABALHAR O SOM ASPIRADO DO "R"

ARTE EM MARTE

em Marte
se faz arte
há castelos
por toda parte

Em Marte
a cor é forte
tão vermelho
que traz sorte

Que pena não
viver em Marte
e fazer da vida
uma arte

02/12/2014

O POETA QUE SOU

O POETA QUE SOU

Sou poeta displicente
meu verso é triste
e minha rima é pobre
mas o que em mim floresce... é permanente
o que rabisco é profundo e inconsequente
e por assim se debulharem 
os grãos de minha colheita
não haveria arado nem tratado
que em mim frutificasse.

Minha poesia é resto
como a espuma do mar
que é o que fica
após o rugido e quebrar das ondas.

Em mim há tristeza e alegria
para a alegria, o vinho e o riso
para a tristeza, só me resta a poesia.

14/04/2014

PARA ELA

PARA ELA

Ela é névoa de serra
vento do mar
fruta no pé
noite de luar

Ela é perfume de rosa
gozo preguiçoso
beijo molhado
amor gostoso

Ela é curva sinuosa
balanço manhoso
graciosa, lasciva
minha doce Ana.


25/05/2014

AOS PEQUENOS E PEQUENAS

PEQUENOS E PEQUENAS

Grandes olhos
pequenos rostos
finas vozes
em microcorpos

Presentes e vibrantes
de constante ação
são como bolhas d'água
em fervente ebulição

Ao final do dia nos desafiam
valentes como operários de construção
porém, não me tratam como patrão
"tchau tio" e se vão!

29/05/2014

MARIA DE LOURDES


MARIA DE LOURDES

Pela manhã é céu azul
pássaros, infância e risos
gritinhos e vultos velozes
que mais parecem enchentes em rios

A tarde, o marasmo solar
resquícios infantis em corpos voláteis
são crianças escondidas
que em sorrisos se deixam revelar

Escola pioneira
tijolos valentes
onde guerreiros professores
formam mentes conscientes

29/05/2014 


ORAÇÃO

DIÁLOGO

Estou contigo, passeamos numa praia, há outros conosco, mas sinto que para ti sou único. Teu olhar é sereno, sempre fixo no horizonte, mas de alguma forma sei que olhas pra mim. São olhos espirituais, não precisam ver, apenas sentir. Meu amigo, porque sou tão infiel? Como aproximar-me de ti? tão fiel amigo...tão pai?
Meu querido Deus e Senhor, permita-me purificar meu coração, meus pensamentos, pois sou sujo e indigno, mas teu amor infinito me envolve e em ti não sou mais eu que vivo, mas tu é que vives em mim... Meu Senhor e meu Deus.

06/07/2014

PAZ INESPERADA

PAZ INESPERADA

Vieste de onde bucólica paz?
Onde estavas quando te busquei? 
Agora invades minha alma
trazendo o amor que há muito estive atrás

As coisas são assim
ajeitam-se quando querem
e num instante desprovido
aquieta-se tudo dentro de mim

Há! Paz momentânea e desejada
tu és tão preciosa e reconfortante
que se me desse o direito
prender-te-ia em minha alma cansada

mas por prender-te
com certeza fugirias
pois és silêncio, mas também rebeldia!
Vede? De mim agora já fugiste!

06/07/2014

SALA DE AULA NO RECREIO

fonte da imagem: pt.dreamstime.com

AUSÊNCIA INCÔMODA

Na quietude desse momento
me deixo levar
É tão suave sentimento
que pareço flutuar.

Silêncio fantasmagórico
cadernos, livros a me observar.
Clima tão bucólico
chega a me assustar.

Um por um vão chegando
quebrando a calmaria do lugar.
Com eles mundo girando,
sem eles, paz que chega a incomodar.

15/07/2014


INDO EM FRENTE

INDO EM FRENTE

De tempos em tempos atingimos uma fronteira. Nela podemos ver o que somos e o que podemos ser.
Ao atingirmos esse limite também podemos ver que já não somos mas o que antes éramos.
Na fronteira não podemos ficar. Não há pouso na fronteira, ou nos enganamos no retorno, ou arriscamos tudo... indo adiante.
Triste é deixar o que ficou. Triste é se esvaziar, só assim porém trilhamos novos caminhos. renovamos a bagagem na longa jornada que se chama vida.

11/04/2014

Resistir, lutar.

Fonte da imagem: <https://www.facebook.com/suprema.maracanau/photos/a.1463506987194198.1073741828.1462061097338787/1954837454727813/?t...