A noção de sujeito e de heterogeneidade linguística na visão da análise do discurso.
O sujeito possui papel central na análise do discurso.
Muito embora não o faça de forma explicita, é de seu papel em carregar em si o
discurso que se extrairão as ideologias expressas na mensagem
e percebidas pelo leitor. Além do discurso propriamente dito, o sujeito
expressa as características histórico-sociais que darão sentido ao
conteúdo ideológico de sua fala. Não é o sujeito o centro de seu
discurso, mas o conteúdo implícito e inconsciente que traz em sua
mensagem.
A linguagem é um fenômeno heteróclito e heterogêneo de forma
que, se o discurso se manifesta através da linguagem, ele também é
heterogêneo. Desta constatação podemos inferir que o discurso não é um
enunciado isolado em sua construção. No discurso estão envolvidos
agentes múltiplos que alimentam o discurso resultando sempre numa
produção coletiva. Quem emite um discurso emite-o para alguém, que por
sua vez influenciou em sua produção, mesmo que inconscientemente. Além
disso há que se considerar os condicionantes histórico-sociais que só
podem ser pensadas enquanto produtos da coletividade humana. Todo
discurso é múltiplo e heterogêneo. Não há discursividade isolada.
O conhecimento linguístico e conhecimento
enciclopédico e sua importância na prática de
leitura
O conhecimento linguístico refere-se ao domínio das normas
de escrita e construção textual assim como do léxico adequado aos
propósitos comunicativos. O conhecimento enciclopédico refere-se às
experiências de vida acumuladas e que enriquecem os textos em seus
aspectos intertextuais e inter discursivos.
Os dois aspectos citados são de extrema importância na
atividade de leitura tendo em vista que o texto é um todo formado a
partir de condicionantes histórico-sociais e clareza de informações
conseguidas através de um bom domínio da língua escrita. Para o escritor e
leitor esses fatores determinarão respectivamente a produção e a leitura
de qualidade.
Relação entre coesão e coerência e sua importância para o ensino de escrita.
A coerência é a relação harmônica entre as informações
trazidas no texto e que deve reger o pensamento do escritor no momento
da produção textual. Exige de quem escreve uma certa maturidade no
sentido de se ter em mente, de forma clara, o que se quer dizer, a
melhor forma de escrever o dito e os argumentos que darão sustentação às
declarações. A coerência manifesta-se no texto sob três aspectos: Coerência sintática -
Correta utilização dos termos sintáticos na construção frasal. Seu mau
uso compromete a coerência semântica obstruindo o entendimento do texto. Coerência semântica - Refere-se aos conflitos oriundos de escolhas erradas de termos e seus respectivos significados. Coerência estilística - Expressões inadequadas em relação ao nível do texto e leitores a que se destina o texto.
A coesão é um entrelaçamento das idéias trazidas no texto e que
servem para "amarrar" o texto possibilitando ao leitor uma ideia de
continuidade da mensagem trazida. A coesão tem o poder de prender o
leitor ao texto e realiza-se através dos seguintes processos: Referência - Citação de elementos presentes no texto. Substituição - Citação repetida dos elementos do texto através de pronomes, numerais, conjunções, locuções, advérbios, etc. Isso evita a monotonia do texto. Alguns recursos coesivos muito utilizados são: Elipse: Omissão de um termo facilmente inferível na leitura; Conjunção: Uso equilibrado dos conectivos; Coesão lexical: Reutilização de palavras no texto substituindo por palavras sinônimas ou frases com o mesmo sentido.
A coesão e a coerência são ferramentas indispensáveis no
aprendizado da construção textual. Podem ser adquiridas através de
sistemática leitura e análise de textos bem como da produção textual
acompanhada e orientada pelo professor. A coerência dá sentido
argumentativo ao texto. A coesão dá unidade e clareza ao enunciado. Sem
ambas compromete-se a qualidade textual e a compreensão da mensagem.
Jorge Luiz
11/08/2013
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