COMO TRABALHAR A ORALIDADE EM SALA DE AULA - SUGESTÕES
* Leitura oral:
Boa ferramenta para desenvolver habilidades na língua falada, porém de
forma automatizada, ou seja, o processo de oralidade neste caso visa o
domínio da língua escrita em sua forma discursiva. Envolve a habilidade
específica de leitura oral e articulação explicita das palavras. É uma
ótima estratégia dentro de suas possibilidades, mas por
ser muito externalizada, no sentido de ler para ser ouvido, naturalmente
não consegue contemplar a reflexão sobre o que se lê. Esse tipo de
leitura costumo realizar da seguinte forma: Ativo os esquemas de forma
dialogada; estabeleço contato visual com o texto e as figuras; solicito a
leitura do título (ou títulos); solicito leitura silenciosa; realizo
leitura exemplar e depois compartilhada, só no fim é que parto para
leitura individual. Se o texto for grande faço por parágrafos.
* Relato de fatos/comentários: Os resumos
orais e recontos são boas estratégias que se inserem neste grupo
metodológico de trabalho com a língua falada. Após ler uma narrativa
extensa sempre faço perguntas como: "fulano, o que você entendeu sobre o
texto?" É uma maneira simples de fazer com que falem através de uma
organização do pensamento já que não é possível tecer comentários sobre
uma leitura fugindo completamente do que foi lido. Outra forma produtiva
acontece ao trabalhamos com gráficos. O ato de explicar o entendimento
da representação simbólica das imagens é uma ótima forma de estimulá-los
a falar de forma organizada. Os recontos também são muito bons pois
além de forçar sua criatividade, necessariamente os faz colocarem-se na
situação de oralidade pois será necessário e curioso ouvir a nova forma
assumida pelo conto.
* Perguntas e respostas: Esta talvez seja a
técnica mais utilizada em sala de aula e nem sempre de forma
intencional, contudo se assumir o papel de sondar o entendimento e, além
disso, trabalhar a oralidade torna-se uma ação mais eficaz. As
perguntas não devem limitar-se a respostas do tipo "sim" ou "não", mas
isso dependerá da habilidade do professor em criar situações didáticas
que favoreçam a reflexão por parte do aluno. Os "porquês" do professor
ao final de primeiras respostas são mecanismos simples de estímulo ao
ato de usar a oralidade para explicar, contrapor-se ou concordar.
* Jogral, coro falado e dramatização: Apesar
de estarem no mesmo grupo as três possibilidades (Assim penso) precisam
ser adequadas a cada nível etário. Esta não é uma opinião "fechada", mas
acredito que o jogral e o coro falado possam ser melhor aplicados aos
níveis de fundamental 1 até o sexto e sétimo anos do fundamental 2. Por
trabalharem a oralidade de forma menos individualizada (A execução é em
grupo homogêneo), O jogral e o coro falado podem ser melhor aplicados
com os mais novos nos níveis que já indiquei. O teatro, por exigir maior
nível de organização e devido a execução ser mais individualizada (cada
personagem com sua situação específica de oralidade) pode ser melhor
desempenhado com alunos do 8º e 9º e nível médio. O teatro exige estudo
prévio e suscita, dependendo da peça, um aprofundamento sobre a trama,
personagens, contexto histórico. Cada situação pode ser aproveitada
antes ou depois da peça em situações didáticas de oralidade. Em meu
entendimento vejo o jogral e o coro falado como adequados para
desenvolver a leitura em público e a desenvoltura da pronúncia das
palavras.
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